“Só
eu sei
Os desertos que atravessei
Só eu sei, só eu sei
Sabe lá, o que é morrer de sede
Em frente ao mar
Sabe lá, sabe lá
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei
As esquinas porque passei
Só eu sei, só eu sei
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei, as esquinas porque passei
Os desertos que atravessei
Só eu sei, só eu sei
Sabe lá, o que é morrer de sede
Em frente ao mar
Sabe lá, sabe lá
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei
As esquinas porque passei
Só eu sei, só eu sei
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei, as esquinas porque passei
“trecho
de Esquinas (composição: Djavan)
Pequena Crônica Desertos
Tentando voltar a levar a vida normalmente, num
processo que inclui, entre outras coisas, me readaptar ao trabalho, pois além
das muitas mudanças que significam estar de volta em um ambiente em que sempre
me senti segura e realizada sem, no entanto, ter a mesma desenvoltura de antes,
aconteceu de eu ter sido mudada de setor de trabalho o que significa aprender a
desenvolver uma nova tarefa longe dos antigos colegas.
E Além do trabalho, a inevitável dependência para
realizar qualquer projeto ou mera vontade de ir e vir.
Não, não tem sido nada fácil e nem eu esperava que
fosse. Só que às vezes tento entender como isto foi me acontecer. Avida sempre
foi tão branda comigo e de repente ela parece me tomar numa atitude ressentida
por eu ter sido sempre tão feliz. Como se eu devesse me sentir culpada porque a
vida era boa comigo. Não, não sinto culpa, sinto saudades; chego a implorar
para que ela me redima finalmente e me traga de volta à minha realidade de
pessoa tranquila, livre e feliz e ela faz que não me ouve, então o tempo se
arrasta de um jeito quase insuportável.
É bom estar viva sim, é bom poder estar aqui
mesmo sendo tão difícil carregar o indubitável peso de ter sido feliz um dia.
Eu sei, eu sei, o texto me saiu amargo, agora que
fiz uma releitura foi impossível não perceber, eu não tenho intenção alguma de
fazer isto, não quero que sintam qualquer tristeza por mim, que tenham remorsos
ou pena, não quero contagiá-los com sentimentos tão ásperos, é que não pude
evitar fazê-lo, quem me conhece de perto sabe de uma máxima que sempre repeti
para mim:
“Sou uma Oliveira, e como tal a natureza me
dotou de todas as armas necessárias para resolver qualquer contratempo”.
Inclusive este cansaço, este desânimo, estas saudades imensas; e continuo
na batalha.
Estejam comigo, perto de mim quando puderem, eu os
amo muito e sempre ficarei cada vez melhor quando puder contar com a presença,
o abraço, a voz de cada um de vocês.
De uma saudosa amiga:
Mônica Oliveira