quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Homenagem aos estudantes do curso de Matemática

Vivi em convivência amigável com estes seres interessantes que são os estudantes de Matemática de 2001 a 2008. Foi um periodo feliz, tenho ainda grandes amigos entre eles. E me orgulho disso
Eis a crônica:


Crônica da Mônica
Quinta-feira, 02 de dezembro de 2004

Quando entrei na faculdade à cerca de 3 anos, eu tinha uma teoria sobre a sanidade mental dos estudantes das ciências exatas. E tão logo o curso começou, eu tive a oportunidade de entrar em contato direto com esses espécimes exóticos de seres humanos. Os estudantes de Matemática para ser mais exata. Fui introduzida (sem trocadilhos, por favor!) no habitat natural deles por um colega que hoje está no terceiro ano, descobri naquela época que fora alguns pequenos lapsos, quase todos são pessoas normais e que até têm uma maneira muito boa de viver; gostam duma cervejinha em grupo, futebol, festas, são quase normais não fosse sua estranha fascinação pelos números.
Essa fascinação é capaz de levá-los a um êxtase infinitesimal, se possível à loucura. Dias passam e a paixão não diminui, horas e horas de dedicação: funções, logaritmos, conjuntos, matrizes e tantos outros bichos de sete cabeças povoam os sonhos mais íntimos deles; talvez em um relacionamento afetivo isso seria chamado de masoquismo, quanto maior a dificuldade ou o sofrimento proporcionado, melhor.
No entanto, nada se compara à excitação coletiva proporcionada por um dia de prova. É uma visão surreal, amontoam-se na saída das salas e começam falar em códigos sobre seus desempenhos no teste e ali naquele meio é impossível penetrar e ter uma conversa sem que algum deles volte de repente a falar de alguma questão mal-resolvida. Isso quando se consegue participar da conversa, pois é mesmo possível chegar, dizer boa noite e ter o vácuo como resposta.
Ficam lá eles com suas retas, pontos, circunferências enquanto a vida segue buliçosa pelos corredores da faculdade sem que nossos heróis notem nada...
Fazer o quê? Alguém ia ter que estudar isso. A nós resta paciência, compreensão ou um belo passeio pelo prédio, quem sabe, a gente encontra outra turma, outros ares, outro ecossistema.

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