Dezenove de Maio de 2006, uma Sexta feira, no fim do expediente no trabalho escrevi este texto e enviei pra uma página que eu mantinha no MSN o MySpace.
Reencontrei-o por acaso lendo esta página e resolvi que deveria publicar no meu blog de crônicas, por isto o estou mandando a vocês. O tema tem tudo haver com o meu estado de espírito atual. Talvez vocês compreendam o porquê. E eu espero que mais uma vez me perdoem a aridez das palavras.
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Momento de Tontura
Num momento de silêncio que nem era tanto silêncio pois, eu bem podia ouvir o som intermitente dos estabilizadores e aparelhos de ar-condicionado, parei zonza, enjoada de qualquer coisa que eu não comi, suspirando sonolenta e sentindo cheiro de café nas pontas dos meus dedos. Cheiro de café que também não tomei. Não quis música para cortar o barulho do silêncio da sala vazia, não quis sair para o corredor porque naquele instante eu o percebia mais longo do que o que realmente é. Não havia mais páginas a visitar, e-mails para ler, palavras para dizer a mim mesma.
Nesse instante ruidoso e quase eterno de tão longo eu pensei: Não escrevo mais.
– E por que não escrevo mais?
– Sabe-se lá?
Há muitos dias eu venho tentando sem sucesso começar a me contar uma nova história e em algum lugar na minha mente ela já está quase toda formada, mas simplesmente não posso começar. Algo de uma infelicidade burra me impede.
Então ainda me sentindo mal, com uma tontura de criança brincando de corrupio fiquei vendo os móveis bailarem pela sala, movendo-se diante dos meus olhos, provocando-me. Não tive intenção de me mexer nem mesmo para respirar. Estava cansada de uma noite que foi tão bem dormida que chega a ser desaforo.
Mas por que mesmo, eu não escrevo mais?
Foi aí que comecei a bater coordenadamente os dedos cheirando a café, nas letras sobre o teclado e me foi surgindo assim este texto amargo, desalinhado…
…E sem final …
terça-feira, 23 de agosto de 2011
sexta-feira, 11 de março de 2011
Uma palavra que só a língua portuguesa conhece
É, o verão já vai adiantado e eis que surge no meu peito um sentimento um pouco doloroso e inevitável, a Saudade.
Aconteceu lá no litoral Sul de Alagoas, sentada na areia encarando uma das minhas primeiras paixões, na mesma praia em que me apaixonei aos quatro ou cinco anos de idade. O imenso e maravilhoso mar esverdeado do Pontal do Peba me seduziu ainda menina, na época minha mãe tinha dificuldade para me convencer a sair da água para comer, eu passava horas sob o Sol dentro da maré morna e acolhedora da praia, depois na adolescência passei a fazer esta viagem mais independente, com amigos, e não com meus pais, a paixão só aumentava, eu amava entrar na água, dar um mergulho, os braços estendidos e ficar flutuando na superfície da água salgada de braços abertos, era uma delícia.
Mas algo de diferente aconteceu no meu caminho e hoje ao encarar o mar esverdeado como quem olha nos olhos verdes de uma paixão só posso lamentar que precise me limitar a ficar olhando de fora, ou mesmo que entre na água, é preciso ter alguém comigo para garantir a minha segurança, segurar a minha mão, não tenho equilíbrio e também não posso abrir os braços para um mergulho, uma das minhas mãos pende de um ombro alheia à paisagem, à água morna que me chama, e eu não consigo mais me entregar às delícias daquele mar que me seduziu há mais de 15 anos. Então sentei na areia e calada senti uma lágrima embotar minha visão, e sem mover um músculo sequer fiquei quieta sentindo a saudade machucar fundo em mim.
Permaneci quieta, não queria importunar os amigos que estavam cantando perto de mim na areia. Não havia nada que qualquer um deles pudesse fazer por mim. Quem sabe não leve muitos verões e volte a ser como devia ser. Ou não. Só o tempo mostrará, eu continuo lutando. Vamos ver se a vitória virá. Não quero chateá-los com esta crônica, vocês meus leitores. É que faz semanas que eu buscava um assunto para lhes escrever, lamento a aspereza do tema que encontrei, mas não tenho culpa, estava também no meu caminho topar com uma palavra que só a nossa língua conhece: Saudade.
Um Beijo em cada um e dêem notícias.
Aconteceu lá no litoral Sul de Alagoas, sentada na areia encarando uma das minhas primeiras paixões, na mesma praia em que me apaixonei aos quatro ou cinco anos de idade. O imenso e maravilhoso mar esverdeado do Pontal do Peba me seduziu ainda menina, na época minha mãe tinha dificuldade para me convencer a sair da água para comer, eu passava horas sob o Sol dentro da maré morna e acolhedora da praia, depois na adolescência passei a fazer esta viagem mais independente, com amigos, e não com meus pais, a paixão só aumentava, eu amava entrar na água, dar um mergulho, os braços estendidos e ficar flutuando na superfície da água salgada de braços abertos, era uma delícia.
Mas algo de diferente aconteceu no meu caminho e hoje ao encarar o mar esverdeado como quem olha nos olhos verdes de uma paixão só posso lamentar que precise me limitar a ficar olhando de fora, ou mesmo que entre na água, é preciso ter alguém comigo para garantir a minha segurança, segurar a minha mão, não tenho equilíbrio e também não posso abrir os braços para um mergulho, uma das minhas mãos pende de um ombro alheia à paisagem, à água morna que me chama, e eu não consigo mais me entregar às delícias daquele mar que me seduziu há mais de 15 anos. Então sentei na areia e calada senti uma lágrima embotar minha visão, e sem mover um músculo sequer fiquei quieta sentindo a saudade machucar fundo em mim.
Permaneci quieta, não queria importunar os amigos que estavam cantando perto de mim na areia. Não havia nada que qualquer um deles pudesse fazer por mim. Quem sabe não leve muitos verões e volte a ser como devia ser. Ou não. Só o tempo mostrará, eu continuo lutando. Vamos ver se a vitória virá. Não quero chateá-los com esta crônica, vocês meus leitores. É que faz semanas que eu buscava um assunto para lhes escrever, lamento a aspereza do tema que encontrei, mas não tenho culpa, estava também no meu caminho topar com uma palavra que só a nossa língua conhece: Saudade.
Um Beijo em cada um e dêem notícias.
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