quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O bem por Nós e para nós

“Encontrar
Perceber
Se olhar
Se entender
Se chegar
Se abraçar
E beijar
E amar
Sem medo
Insegurança
Medo do futuro
Sem medo
Solidão
Medo da mudança
Sem medo da vida
Sem medo medo
Das gentilezasDo coração.”
GENTILEZA – Gonzaguinha

O bem por Nós e para nós


O mundo está a cada dia mais civilizado, ou deveria estar, mas por que apesar de todos os avanços da humanidade em todas as ciências, em todas as doutrinas, em todas as culturas, ainda há gente que vive como se o mundo fosse uma selva, como se só houvesse a barbárie para se relacionar com as pessoas e com o meio? Que dificuldade há em relacionar-se com o outro com um mínimo de gentileza? Não falo de grandes gestos de bondade, falo de coisas pequenas, saber ser bom é saber ser vencedor. As pessoas que têm mais amigos são as mais felizes e as que têm mais amparo nos momentos de necessidade. E fazer amigos, mantê-los, não é uma tarefa assim tão difícil... Não é difícil ser gentil, lembrar de dividir alguma coisa gostosa com os amigos de vez em quando, seja uma cerveja, uma pizza, ou bolinhos de chuva. Não é difícil parar pra conversar, mas conversar de verdade, ouvindo o que o outro tem a dizer, o que gosta de fazer, seus interesses, seus sonhos e até suas dores.
E se não é difícil por que ainda há tanta gente solitária no mundo? Tanta gente que não sabe manter um relacionamento saudável, fazer amigos, cuidar deles, ser por eles cuidado...?
É muito pouco o necessário para se fazer o bem, mas ainda há gente neste mundo que escolhe não fazê-lo.
Às vezes não notamos, mas se fizermos bem até a nossa atividade profissional estaremos já ajudando o mundo a ser melhor, o que eu fizer direito ninguém terá que concertar.
E se, um dia acordássemos e disséssemos a nós mesmos: “Hoje só vou fazer o bem, seja lá o que for eu farei direito, para mim e pelos outros...” Eu sei, parece meio sobre-humano, parece tão altruísta que podemos pensar: “isto não é para mim tão humano, tão falho, tão cheio de defeitos”; mas pode sim ser para cada um de nós, para mim e para você, fazer o bem, ser gentil, trabalhar e se relacionar certo não é difícil. E cá entre nós, só pode melhorar as nossas vidas, não precisamos deixar que ninguém faça de nós tapetes e nos pise, mas precisamos tentar ser bons. A vida nos devolve aquilo que lhe damos, podem acreditar em mim. Nunca duvidem disto, as pessoas mais bem sucedidas que conheço tanto são ótimas profissionais como também são ótimas pessoas

sábado, 17 de outubro de 2009

Crônica Um Texto Sobre o Amor

Um texto sobre o Amor


Porque eu sei que é amorEu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amorEu não peço nenhuma prova
Mesmo que você não esteja aquiO amor está aquiAgora
Mesmo que você tenha que partirO amor não há de irEmbora
Eu sei que é pra sempreEnquanto durar
E eu peço somente O que eu puder dar
Porque eu sei que é amorSei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amorSei que só há uma resposta
Mesmo sem porquê eu te trago aquiO amor está aquiComigo
Mesmo sem porquê eu te levo assimO amor está em mimMais vivo.

Porque eu Sei que é Amor – Titãs
Música de: Sérgio Britto E Paulo Miklos

Este texto eu escrevi em 11 de outubro de 2007, aos vinte
e quatro anos, espero que não os entristeça com o frio das palavras, mas na
época era o que eu pensava... se alguém concordar ou discordar, amarei ler
suas respostas
O que é amar alguém? Amar alguém não é uma virtude, ou um tesouro que possa nos fazer melhores, mais dignos, ou mais ricos e muito menos, mais felizes.
Amar alguém não é estar em paz com o coração, em paz consigo. Mas, muitas vezes, não queremos não amar. Porque amar é necessário para a vida ter algum sentido.Amar é pesado e difícil.
Amar é deixar ir. Seja pra onde for, com quem for e desejar que tudo corra bem.
E é fácil deixar ir assim? Não é, mas se não deixarmos, não será amor.
Sorrir, torcer pela felicidade que poderá não ser a sua. Pedir proteção a Deus para quem se ama e pedir força e resignação para suportar a dor da distância e da solidão.
Sofrer em silêncio, sentir saudades, querer ver só por ver, abraçar só pra sentir o cheiro e o calor da pele, vigiar os pensamentos...
Amar e ter silêncios extensos no olhar. Querer o bem, querer o melhor.
Sentir-se sozinho com o coração cheio. Engolir os ciúmes. Amar uma pessoa como se fosse o mundo todo. Um Amor que não cabe dentro da gente. Aquele que nunca amou assim apenas pensa que amou.
Nem todos os amores se realizam, mas não são menos Amor só por isto. E feliz daquele que teve um Amor realizado, seja por toda a vida, ou por um dia, por uma manhã, tarde, ou noite. Quem não viveu este presente sonhará a vida inteira com isto e passará pela vida com a sensação de que não viveu.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Eu vou pegar a chuva

"esta é a crônica mais recente e marca um período novo"
Eu vou Pegar a Chuva


I used to think As birds take wing
They sing through life so why can't we?
You cling to this You claim the best If this is what you're offering
I'll take the rain
I'll take the rain
I'll take the rain.
Eu costumava pensar,
como os pássaros voam,
Eles cantam pela vida, então por que não podemos?

Nós nos apegamos a isso e

reivindicamos o melhor
Se isso é o que você está oferecendo
Eu vou pegar a chuva
eu vou pegar a chuva
eu vou pegar a chuva.



Resolvi virar a página, não rasgá-la porque rasgá-la é impossível no momento. Vou virar o disco, não trocá-lo. Estou seguindo os conselhos de dois amigos a quem amo muito, um com amor tipo Philos, quem desconhece o termo vá em busca no nosso grande amigo Google, é o amor a nível fraternal, entre amigos, mas é mais forte e verdadeiro. O outro que me deu este conselho eu amo com o amor Éros, que tem o significado que vocês imaginam, foi a minha grande paixão. De qualquer forma estes dois amores, Philos e Eros me deram o mesmo conselho: deixar para trás.
E achei que eles estavam certos por isto o texto de hoje.

O acidente foi há mais de dez meses, eu tenho dificuldades, vocês sabem disto, eu não preciso ficar lembrando o tempo inteiro, pois não me ajuda, nem me engrandece. É preciso mesmo virar a página, falar outros assuntos. E uma coisa maravilhosa aconteceu nas ultimas semanas: eu voltei a ocupar meu lugar no meu posto de trabalho. Estou de volta à Unidade de Emergência todas as tardes, agora indo de carro com meu irmão que também trabalha lá. O retorno ao trabalho foi muito tranqüilo, até festivo, o pessoal, como eu esperava me recebeu com festa, teve bolo, sala enfeitada, fotos... e eu feliz da vida em voltar a ser útil, o tempo, graças a Deus tem passado menos arrastado. Assim a vida ficou melhor, eu voltei a fazer meus cafés no serviço, (pra minha alegria e dos colegas) e o que me deixa feliz de verdade é saber que lá no Faturamento (meu setor) estou devolvendo à casa onde minha vida foi salva o que os colegas fizeram por mim. Além disto tudo, o que me aconteceu me deu boas coisas também, a primeira e mais importante diz respeito à minha espiritualidade, ficou claro pra mim o Amor de Deus por mim, eu descobri em mim uma força que eu não sabia que tinha e minha família, em todos os níveis, todos os graus de parentesco tornou-se mais unida, além das incontáveis mostras de carinho que recebi de vocês, os amigos. Um dia que eu espero, não esteja longe, eu quero poder arrancar definitivamente a página desta parte da minha história e jogar fora este disco.
Amo a vocês, isto não muda, quero vê-los, quero tê-los perto de mim, agora só não de 13h às 19h, horário em que estou no trabalho, mas quem quiser aparecer na UE, meu setor é o Faturamento.

Me avisem antes.
Um grande beijo, e um grande abraço,
Ainda com Saudades;
Mônica.


Nada de Extraordinário

"Resolvi postar esta Crônica a pedido de um amigo, que segundo ele, é a que mais gostou, sobretudo no que fala do barro vermelho da minha terra"

Crônica da Mônica
12 de Abril de 2005

O que há de extraordinário nisso?
Eu, a Moto, a pista, a noite, a chuva, os caminhões, a lama, os faróis, a água descendo pelo meu rosto, a água descendo pela viseira, a roupa molhada, o punho gelado, e o velocímetro em 70, o gosto da água da chuva, o cheiro do vento frio, as borboletas batendo na carenagem...
Na noite anterior que diferença: eu, deitada no banco de trás do carro, um irmão dirigindo, o outro calado, a Enya tocando no rádio, madrugada, o céu claro e estrelado. Eu só podia ver rapidamente; os postes que cruzavam sobre a pista, os fios de eletricidade e o galho de alguma árvore. Deitada no banco de trás o céu parecia imóvel. A mesma estrela me acompanhou por todo o caminho.
Não havia estrelas no céu hoje e a luz vinha mesmo dos postes, dos faróis que refletiam em cada gota de água na viseira do meu capacete.
Na noite de hoje eu fiquei bem na lanterna, meus irmão me deixaram bem pra trás. Eu corria pouco, chovia muito e a cada caminhão que passava a sensação de frio e de resistência do ar, claro, era maior. A cada curva a lanterna da moto em que eles iam parecia que ficava mais distante.
A rodovia dá uma sensação de liberdade que demorei a perceber, nem faz muito tempo que comecei a pilotar minha Biz (se chamar de moto alguém pode estranhar), mas assim com os irmãos, de madrugada, voltando pra casa, na rodovia, é liberdade doce, suave, gostosa. Sem pressa, sem tráfego, com aquela sensação de mais um dia vivido, com aquela sensação de retornar ao lar.
Sabe do que mais? Nenhum dia é igual ao outro. Daí hoje apareceu a chuva pra renovar as sensações, pra lavar a alma, pra me batizar. Já não morro pagã. Depois da odisséia AL 115 com chuva numa Biz, tive certeza: eu precisava experimentar essa viagem.
Quando a rodovia acabou, veio a lama até a minha casa. Morar no sítio é bom mas há dias em que é preciso um pouco mais de coragem pra sair pro mundo. A lama do Bom Nome é vermelha igual fruta de Safroa, a lama do Bom Nome desliza e a água toda corre na direção da pista, a lama do Bom Nome não sai nunca mais da pele da gente. (acho até que não sai nunca do coração de quem vive aqui também). A moto patinava em certos pontos, dançava como se ouvisse música. Eu tinha medo. A moto dançava e meu coração parecia sair do lugar, meus irmãos na outra moto iam calmos bem à frente e seguiam reto, eu buscava caminhos, trilhas mais enxutas e quando finalmente cheguei em casa tive uma deliciosa sensação de que venci um desafio, que completei outra jornada, de que descobri algo novo, um gosto bom na boca, uma paz de espírito...
Pendurei as roupas molhadas na varanda e fui até a sacada pra olhar a rua. Estrada com lama, chuva refletindo na luz do poste, som de sapos cantando na lagoa lá em baixo perto do areal e as folhas da árvore em frente a casa brilhando, brilhando. Vento frio no rosto e silêncio dentro de mim.
Noites como essa em que nada de extraordinário acontece é que percebo que coisas a toa são o suficiente pra se gostar de viver, basta saber sentir.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Blog do Jean Marcel

onversanarede.wordpress.com

Crônica Cedo ou Tarde

Cedo ou tarde


“E nesses dias tão estranhos


Fica a poeiraSe escondendo pelos cantos


Esse é o nosso mundo


O que é demaisNunca é o bastante


E a primeira vez


É sempre a última chance


Ninguém vê onde chegamos


Os assassinos estão livresNós não estamos...”
Teatro dos Vampiros – Renato Russo

Sempre levei uma vida normal e nunca fui nada menos que isto, exceto talvez, por ter me destacado aqui e ali em alguma atividade que me dá prazer, escrever, por exemplo, ou organizar todo tipo de atividade cultural aqui na comunidade e na faculdade, mas fora isso minha vida foi sempre muito normal e tranqüila, segura por assim dizer, até que me veio este acidente e tudo rodou, girou vertiginosamente me fazendo muito mal, têm sido dias difíceis, eu sempre fui independente e ativa demais para de repente, ir parar em uma cadeira de rodas. Mas felizmente, venci esta fase, mesmo assim continuo dependente e limitada, meu braço esquerdo continua aqui imóvel, além de outros probleminhas de saúde que passei a ter depois disto como a falta de apetite, provavelmente porque faço pouca atividade física e é difícil ter fome assim, eu tento levar da melhor maneira possível, mas convenhamos, não é fácil. Por sorte, sou destra, e continuo podendo escrever, meu maior prazer, o que tem sido o meu consolo, uma forma de expressar as coisas que me atingem e ficam aqui nos pensamentos remoendo, remoendo. Mas há dias em que nem escrever me salva da dor, da dor da limitação, da dor da impotência, da dor da saudade... e outras dores que não vou lamentar aqui para não parecer que sou mal-agradecida, sobretudo por ter ficado com meus dons mais preciosos: a vida e a lucidez.
Não sou mal-agradecida, tenho uma noção muito exata do valor destas coisas, elas me permitem chegar até vocês mesmo que não possa ir de fato vê-los. Vocês são meu terceiro bom motivo pra agradecer. Por sorte, amizade não se abala com as limitações físicas, em alguns momentos parece que até se aprofunda. Tenho um sentimento muito maior do que sempre tive por cada um de vocês hoje, e acreditem, é muito, pois sempre os amei demais, se é que se pode amar demais.
Houve dias e noites ruins, noites em que lamentei minha dificuldade pra me cobrir na cama, caso o lençol que minha mãe põe em mim escorregue durante o sono e eu sinta frio, pois o ventilador está sempre ligado, e dias em que lamentei não poder ir vê-los como sempre fiz, simplesmente sair, subir num ônibus ou na moto e chegar até vocês, é que hoje não é mais assim, se sinto saudades, devo esperar até que vocês tenham um tempo pra vir me ver, o que eu sei, pois já estive do outro lado, nem sempre é possível; há o trabalho, as aulas, a família, e tudo isto implica tempo, quase não sobra nem mesmo para o descanso de vocês, quanto mais pra vir tão longe visitar um amigo.
Mas sou abençoada, posso escrever, mandar estes e-mails e esperar, a vida não acabou só está mais dura, muita gente já passou por dias difíceis assim, e se eu sobrevivi a um traumatismo craniano grave, vou sobreviver a todo o resto. Preciso manter a fé, não duvidar, dias melhores, mais felizes virão, cedo ou tarde.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Hoje não vou postar nenhuma Crônica...

Eu só queria adicionar aqui o endereço do blog de um grande amigo meu, vale a pena conferir o que o Jean anda postando por lá:
http://conversanarede.wordpress.com

sábado, 16 de maio de 2009

Crônica aos Meus Amigos

“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!”
Vinícius de Morais


Há alguns meses as pessoas me encontravam e me diziam: “Eu aposto que você terá muito sobre o que escrever sobre este seu período de internação e sobre sua ida à Salvador”
Não quero desapontar aos amigos que me disseram estas coisas, mas da época da internação eu não me lembro e dos dias em Salvador, as lembranças que tenho são árduas e não gostaria de escrever sobre dias ruins, lá eu só sentia Saudades e um pouco de Solidão.
Então pensei; sobre o que escrever a estas pessoas que amo tanto?
Resolvi escrever sobre Gratidão. Eu sei que muitos de vocês pararam um instante e pediram a Deus que me deixasse ficar um pouco mais por aqui. E eu sou feliz porque Ele deixou, é certo que ainda não melhorei, ainda não sou a Mônica completa, independente e feliz que sempre fui mas já alcancei coisas que muitos duvidaram ser possível na condição em que fiquei, mas não vocês, vocês sempre acreditaram.
Obrigada amigos e família. Gente eu só desejo a vocês umas pequenas coisinhas: Amor, Saúde, Paz, Felicidade, Fé em Deus, Dias de Sol quando forem à Praia e Noites de Chuva quando quiserem dormir ouvindo o barulho da água escorrendo no telhado, a Música preferida tocando no Rádio, O melhor Livro pra Ler, o seu Artista Preferido fazendo show na sua Cidade, Paixões Correspondidas, o Título do Campeonato Brasileiro pra o time que vocês torcem, tardes e noites de barzinho e música ao vivo com os amigos, sorvete do seu sabor favorito nos dias de muito calor, Dinheiro no bolso suficiente pra realizar aquele sonho e pra comprar presentinhos para as pessoas que vocês amam nos aniversários, dias das mães, dos pais, das crianças, do amigo, natal e em todas as datas importantes pra vocês e pra elas.
Desejo que vocês nunca tenham que enterrar um amigo, mas que, se acontecer, saibam superar logo esta dor. Enfim, desejo a vocês muitas coisas boas, mas o principal eu desejo pra mim mesma: nunca deixar de tê-los como amigos. Seria pior que morrer.

Crônica Viagem de Navio

Tu uma vez comparaste a vida a um Transatlântico e te perguntaste a ti mesmo: “ Estarei fazendo uma viagem agradável?” Mas eu te asseguro o mais decente seria perguntar: “Estarei sendo um bom companheiro de viagem? Realmente os homens em geral eram maus companheiros de viagem. Apesar da imensidão e das incertezas do mar, apesar do perigo das tempestades, do raio e da fragilidade do navio, eles ainda se obstinavam em serem inimigos uns dos outros. O sensato seria que se unissem numa atitude de defesa e que trocassem gentilezas a fim de que a viagem fosse mais agradável para todos.
Érico Veríssimo em Olhai os Lírios do Campo, romance publicado em 1938 e que o próprio Érico depois confessou – Mudou sua vida, devido ao sucesso, já que várias edições da obra foram esgotadas das livrarias. Érico ainda publicou O Tempo e o Vento que também já li, Incidente em Antares e mais uma vasta obra que vai de narrativas de viagem; Israel em Abril e México, a Literatura Infantil; Rosa Maria no Castelo Encantado, Os Três Porquinhos Pobres, A Vida do Elefante Basílio, Viagem à Aurora do Mundo.
Apesar de não ter lido todos, eu os recomendo sem medo porque o que já li foi muito bom e me trouxe boas horas de cultura e incursões silenciosas por muitas terras em que nunca estive, sobretudo o Rio Grande Do Sul do capitão Rodrigo e Ana Terra de O Tempo e o Vento.
Mas chega de falar de Literatura e vamos à Crônica;
Voltemos a pensar no trecho de Olhai os Lírios do Campo:
A vida é um cruzeiro marítimo e o que importa não é estar fazendo uma viagem agradável e sim ser bom companheiro de viagem, é claro que se tivermos bons companheiros de viagem esta torna-se naturalmente agradável, tenho visto a minha viagem com olhos curiosos de turista ao sol do convés e a viagem tem sido muito agradável graças a vocês, claro, alguns são engraçados, outros sábios, outros carinhosos, mas cada um tem contribuído para que minha viagem seja maravilhosa, quando chegar a hora, que eu espero esteja muito distante, de atracar e descer do navio eu sei que terei tido a melhor viagem possível e devo isto a cada um de vocês.
E vocês estão fazendo boa viagem?
Espero que sim, e espero ter sido boa companheira na viagem de vocês.
A vida é uma viagem curta e cabe a cada um de nós aproveitá-la ao máximo, observando a paisagem no convés ou se divertindo dentro do navio, mas cabe mesmo a cada um de nós ser o melhor que pudermos ser como companheiros de viagem já que nenhum de nós viaja sozinho.

Mônica Oliveira

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Crônica número 16 Exílio

Foi em 2005, eu estava machucada, outra queda de moto, mas sobrevivi e apenas doeu, graças a Deus, é passado.

Crônica da Mônica
Meu quarto, 06 de Setembro de 2005




Me machuquei e juro que pensei que não era nada de mais. O resultado é que tive que ficar duas semanas em casa me recuperando. Mônica no exílio do seu próprio lar. Longe dos amigos, longe da liberdade da estrada, longe da faculdade, do café da tarde no trabalho, longe da voz de gente que encontro por aí, longe de olhos que me dão e me tiram a paz.
Senti falta de tudo, senti falta de todos. Meus amigos me telefonaram, mandaram mensagens, alguns vieram me ver, mas as horas ficam mais longas quando saímos da nossa rotina.
Quando caí no chão, eu fiquei de olhos abertos e vi a moto deslizando por um instante entre os limites da viseira, levantei e vi meu joelho machucado, depois hospital, curativo, casa, noite ruim pra dormir, mais um dia, outra noite, trabalho, dor, remédio, curativo, atestado médico, fim de semana, dor, licença médica, dor, choro, filme, livro, dor, choro, intervalo de dor, telefonema dos amigos, dor, janta, remédio, novela, computador, campo minado, DVD, dor, diário, sono, pesadelo, café da manhã, remédio, curativo, jornal, dor, sessão da tarde, bolo, poesia, novela, jornal, quarto, desenho, menos dor, mensagem no celular, sorriso, resposta, gaveta, fotos, mais fotos, lembranças, saudades, pomada, curativo, impaciência, remédio, sono, manhã, choro do filho da vizinha, desenho animado, leite achocolatado, almoço, revista, inquietação, subir e descer escadas, fim de semana, jogo da seleção, olhar a rua, telefonema, saudades, solidão, silêncio, solidão, escuro, noite longa, posição ruim pra dormir, sonho bom, sorriso, saudades, remédio, saudades, café, saudades, música, saudades, filme, saudades, dor no coração de tantas saudades...
Não sei ficar quieta, o meu natural é estar serelepe (rsrsrsrs), me ver obrigada a ficar parada foi a pior sensação do mundo, desacelerar, parar e só poder esperar.
Cheguei a ponto de ficar íntima de mim mesma, me contei segredos inconfessáveis, me escrevi um ou outro versinho, conversei comigo mesma por horas e horas, me dei conselhos mas suponho que nem os ouvi porque no fundo eu sou teimosa e os conselhos entram por um ouvido e saem por outro. Em certo momento eu não me agüentava mais, descobri que sou muito chata, não sei como as pessoas me agüentam (será que me agüentam?) principalmente quando sinto dor, fico feia e desinteressante, tive vontade de terminar com a amizade, me mandar pra longe, mas no fim não consegui, sou péssima em terminar relacionamentos e despedidas.
Às vezes eu abria a janela e pensava “esse vento é o mesmo do furacão que devastou Nova Orleans, esse vento fez estragos no Japão, esse vento que destruiu Muitos Capões no Rio Grande do Sul, que virou barco em São Luiz do Maranhão, é esse vento mansinho que está movendo os meus cabelos, fazendo carinho no meu rosto, estará trazendo o quê pra mim?” Todos os dias o vento estava nas notícias, o vento, invisível, varrendo cidades inteiras, essa brisa fria no fim das tardes podia se transformar em algo tão poderoso que seria capaz de ceifar centenas de vidas. A gente subestima a força da natureza, subestima os próprios limites, subestima a dor, pensa que é forte, que tem muita vida; não, a gente só tem uma vida e às vezes se vê obrigado a desacelerar.
Caí de moto por um descuido na lama, estava devagar, só feri o joelho e esse mesmo joelho me tirou de circulação por uns dias longos. Se estivesse mais rápido podia ter sido pior, o corpo é frágil, pouca coisa vira muita, um instante de pressa vira uma eternidade de espera. No dia em que caí um grande amigo me disse para não ir, eu disse “me dê quinze minutos e eu já chego”, ele insistiu que eu esperasse, mas eu fui. Parece que ele estava adivinhando, era vinte de agosto.
Virei uma página do calendário e só deixei de sentir dor no primeiro dia de Setembro, para estar de volta depois do feriado da independência.
Duas semanas, eu comigo mesma, espero me ver menos e me enxergar mais, espero viver bem mais, espero ver mais a quem amo, mas espero amar bem mais e sem dor por favor. Pra mim já chega!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sobre a faculdade em início de ano letivo

Crônica da Mônica, 09 de Fevereiro de 2004

E ARIBOBA!!!!
As aulas na FUNESA voltaram, estamos aí com o mesmo ânimo baixo, a mesma vontade de não fazer nada e com um apetite nunca registrado na história. Tomando sorvetes de dois andares... e coca-cola até quase se afogar.
Nos últimos dias o que temos visto é um passear de cabeças raspadas e band-aids nas sobrancelhas (a maioria verde, será que é moda ou as farmácias não têm outras cores?) Os feras estão cá fera nos corredores, pátio e praças da faculdade. Tudo cheio o tempo todo. No Alemão o pessoal se junta pra conversar, comer, assistir a novela das oito e um pedacinho do big brother. No Divino Chopp toda noite tem fila dupla na rua, mesas cheias no bar e muita cerveja nas canecas (hum, delícia!). Amigos se reencontram, o pessoal de Química sempre na pracinha da frente, os de Geografia na do meio, os de Matemática na de perto do Alemão. A FAJEAL continua pródiga em fazer moda. E aquela velha rivalidade de brincadeira continua entre um lado e outro da FUNESA. Se a gente na FFPA fala do pessoal da FAJEAL é só por que é a mais pura verdade.(rsrsrs) Nada!!! A turma de lá é muito legal também ou então eu é que de intrometida me misturo em todos os grupos.
Quando tudo começou há alguns anos (agora perdi a conta, às vezes parece que sempre estive lá) eu estava oscilando entre encantada e assustada, tive uma noite horrível de primeiro dia de aula, não conhecia ninguém, e as “aulas” do meu first day terminaram cedo, fui sozinha pro centro da cidade, fiquei horas esperando o ônibus que me levaria de volta pra casa, num frio horrível do mês de Julho e ainda acostumada a dormir cedo. Sono, frio e solidão. Realmente foi meio traumática aquela noite, deu tempo de escrever poesia sentada naqueles banquinhos antigos que existiam no calçadão (vocês lembram? Eram de madeira com a base de ferro, pintados com tinta óleo branca. Sou desse tempo.) Tanta coisa mudou de lá pra cá.
Naquele ano assistimos dezesseis capítulos de Presença de Anita – Ne me quitte pas/ il faut oublier/ Tout peut s’oublier/ qui s’enfuit dejá/ oublier le temps/ Des malentendus/ Et le temps perdu/ A savoir comment/ oublier ces heures/ a coups de pourquoi/ Ne me quitte pás/ Ne me quitte pas/ Ne me quitte pas/ Ne me quitte pas.- e só se falava nisso, hoje só se fala em quem foi indicado pro paredão da semana. Eu pelo menos, vejo nisso algo negativo (desculpem-me os fãs do BBB).
Quando cheguei na faculdade não havia o espaço que hoje conhecemos como restaurante do Alemão, era mais uma cantinazinha escondida numas plantas. O estacionamento era muito menor, haviam mais árvores e lugares inexplorados eu acho, pra não dizer esquisitos. Menos salas, o espaço onde funciona o curso de Ciências Contábeis não existia, aquela praça em forma de círculo na FAJEAL também não.
Certas coisas nunca mudam, a Taquarana continua sendo a Taquarana, quem está lá sabe do que estou falando (Química, segundo ano, por exemplo). O corredor de Letras continua o mesmo, com suas salas apertadas, barulhentas e quentes. O professor Antônio (Malvadeza) continua aterrorizando os pobres estudantes de Geografia e História. Ronaldo Leão os de Letras, Neosvaldo os de Matemática. A Eleuza continua a ensinar Metodologia cientifica a toda a FFPA. O DCE continua sendo uma interrogação na cabeça da maioria dos acadêmicos. E o bar da esquina, com suas mesas amarelas continua firme, ganhando clientes que não cabem mais no da outra esquina, com as cadeiras vermelhas, mudou o nome e o dono mais sempre foi assim.
Hoje existe aula inaugural (depois da primeira aula, é verdade, mais ainda sim, aula inaugural), hoje todo mundo já vem com jeito de entrosado (to me sentindo a maior das matutas e pior, to me sentindo velha) hoje parece que a faculdade tá fervendo, vi muita animação nos últimos dias, fui ao trote pela primeira vez (não fui nem ao meu) e encontrei lá desde o primeiro amigo que fiz na FUNESA (Elielson) até os últimos (o pessoal que foi a praia no carnaval) e parece que a turma só aumenta, com a chegada dos feras vieram irmão, prima, colegas de outros tempos, mais amigos...
Comecei a ver a vida de forma diferente depois que entrei na faculdade, vivi dias incríveis, momentos hilários, horas tristes, conheci pessoas incomparáveis, senti paixões que vieram e se foram. Talvez um dia eu termine meu curso, nem sei ainda, ou talvez eu nunca deixe de ter comigo um pouco de estudante, talvez eu vá e volte, nunca se sabe...

“ O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que elas acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” – Fernando Pessoa

Homenagem aos estudantes do curso de Matemática

Vivi em convivência amigável com estes seres interessantes que são os estudantes de Matemática de 2001 a 2008. Foi um periodo feliz, tenho ainda grandes amigos entre eles. E me orgulho disso
Eis a crônica:


Crônica da Mônica
Quinta-feira, 02 de dezembro de 2004

Quando entrei na faculdade à cerca de 3 anos, eu tinha uma teoria sobre a sanidade mental dos estudantes das ciências exatas. E tão logo o curso começou, eu tive a oportunidade de entrar em contato direto com esses espécimes exóticos de seres humanos. Os estudantes de Matemática para ser mais exata. Fui introduzida (sem trocadilhos, por favor!) no habitat natural deles por um colega que hoje está no terceiro ano, descobri naquela época que fora alguns pequenos lapsos, quase todos são pessoas normais e que até têm uma maneira muito boa de viver; gostam duma cervejinha em grupo, futebol, festas, são quase normais não fosse sua estranha fascinação pelos números.
Essa fascinação é capaz de levá-los a um êxtase infinitesimal, se possível à loucura. Dias passam e a paixão não diminui, horas e horas de dedicação: funções, logaritmos, conjuntos, matrizes e tantos outros bichos de sete cabeças povoam os sonhos mais íntimos deles; talvez em um relacionamento afetivo isso seria chamado de masoquismo, quanto maior a dificuldade ou o sofrimento proporcionado, melhor.
No entanto, nada se compara à excitação coletiva proporcionada por um dia de prova. É uma visão surreal, amontoam-se na saída das salas e começam falar em códigos sobre seus desempenhos no teste e ali naquele meio é impossível penetrar e ter uma conversa sem que algum deles volte de repente a falar de alguma questão mal-resolvida. Isso quando se consegue participar da conversa, pois é mesmo possível chegar, dizer boa noite e ter o vácuo como resposta.
Ficam lá eles com suas retas, pontos, circunferências enquanto a vida segue buliçosa pelos corredores da faculdade sem que nossos heróis notem nada...
Fazer o quê? Alguém ia ter que estudar isso. A nós resta paciência, compreensão ou um belo passeio pelo prédio, quem sabe, a gente encontra outra turma, outros ares, outro ecossistema.

Homenagem ao Carnaval

Esta Crônica é histórica, fala de um Carnaval vivido em 2005, com vários amigos no Pontal do Coruripe. Fatos hilários, e estórias inacreditáveis rolaram além, é claro, de uma trilha sonora péssima mas todos nós sobrevivemos com ou sem arranhões daquele episódio.

Com vocês a minha Crônica do Carnaval 2005:

Crônica da Mônica
Arapiraca, 10 de Fevereiro de 2005.


UEueueueueueueueueueueueueueueue abre, abre, abre que é sucesso!
Carnaval no planeta Brasil! Alegria doida na cabeça de milhares de pessoas pelo país inteiro. E eu que não sou do carnaval desta vez me juntei aos bons e fui pra perto das franjas do mar pra ver e viver essa alegria.
Cabral, Chibata (Kleber), Cláudia, Danielle, Eu, Emerson, François, Guiné (Anderson), Helder, Isaac, Jean, João Paulo, Kélvia, Leandro, Luana, Luciane, Magnólia, Max, Mônica, Paulo, Sandra, Silvio, Tales, Tony, Wandernilson. Até reunir todo esse elenco foi batalha.
Nos dias que antecederam a viagem, a pauta mudou várias vezes, (uma grade por pessoa ou vinte grades?), (quanto vai ficar o valor?) (quem vai de ônibus,quem vai de moto?)
Desde o início de Dezembro que essa viagem estava sendo preparada. Quando vieram as férias eu e o François fomos até lá pra procurar um lugar que seria o quartel general de nossa nova empreitada, não sabíamos o quanto íamos ter que sofrer ainda por causa disso.
Mas deixando de lado os dissabores, enfim o grande dia da viagem, tava todo mundo em frente à famigerada budega do François. Mais da metade do ônibus ficou tomada pelos colchões, travesseiros, malas, ventiladores, caixas de alimentos e afins...
Spinowfai Ô Ô Ô spinim (aff! Que língua é essa?)
Mais adiante vieram as cervejas, e quando estávamos abastecidos começamos a odisséia que seriam os próximos dias. A cachaça começou na ida, aliás, verdade seja dita a respeito da cachaça que a Cláudia preparou: A bicha dá um fogo!!! Ela foi responsável pelos melhores momentos no trio elétrico, acho que nunca dancei tanto na minha vida. Era efeito garantido. (tenho que pegar a receita).
A casa... bem podemos esquecer a casa neste texto, deu pra passar as noites não foi? Isso porque dormir foi um verbo em desuso em todo o Pontal do Coruripe, no máximo cochilar.
Logo no primeiro dia houve o batismo nas pedras da praia, todos, inclusive eu, cortamos alguma parte do corpo, François, Jean, Silvio, Eu, Tales, e quem mais se aventurou a subir nas pedras.
Em poucas horas percebemos a vocação do Chibata Seca para a sobriedade: nenhuma. Ele com sua elegância de galã de novela mexicana, proporcionou a todos nós momentos inesquecíveis de porres homéricos e fotos comprometedoras, houve quem quisesse afirmar que nosso doce Camarãããããããão gigante é professor de matemática. Não faço comentários a cerca de estudantes de matemática. (motivos pessoais).
No contregum, no contregum, no contregum, no contregum!!!
Outro destaque em nossa caravana foi o moreninho Cabral. Ele inventou algo surpreendente: A coreografia universal. Se a música era samba, nós tínhamos a oportunidade de assistir ao movimento de língua mais sensual já registrado em um carnaval e uma mão que descia voluptuosamente pelo braço de nosso amigo descobridor do Brasil. Se a música era pagode, também a mesma língua, se era forró, lá vinha ele com sua dança, podia mudar a banda, podia mudar o ritmo, mas a dança era a mesma, foi a era Coisinha de Jesus.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Dor Vicia

Este é um pouco mais antigo mas eu gosto muito deste texto, principalmente pela receptividade que ele obteve dos meus leitores.

Dor vicia.
A dor nesta terra Severina (licença a João Cabral de Melo Neto) é moeda que vale muito. Nesta nossa exaltação dos sofredores, discos vendem-se aos milhares, estórias tristes se repetem até a exaustão na televisão, nas novelas, nos jornais, nos programas de auditório em que se ganha a audiência em cima de algumas lágrimas de pai, mãe ou irmãos, melhor ainda se forem lágrimas de crianças.
E de onde vem essa nossa necessidade de martírio, de purgação? É da religião? Da escola? Da família? (me diga alguém que souber).
Dor vicia.
Mais do que qualquer droga, sofrer preenche vazios. Cantaria um expert em sofrimento chamado Renato Manfredini Jr., o Russo, um dia: Parece cocaína, mas é só tristeza...
De tempos em tempos a gente acorda e pensa: Hoje vou sofrer e simplesmente sofre. Quem não for assim então me olhe com seus olhos que nunca choraram.
E motivos para sofrer todo mundo acha fácil os seus: o leite que derramou, o bom dia que não veio, o silêncio do quarto, o remédio de pressão que acabou, a novela, a falta de inspiração para escrever...
Eu já conheci quem sofresse porque tirou oito em prova: Eu tinha certeza que ia ser 10.
Sofre-se por tudo e toda dor é legítima.
Nossa nação com todos os seus carnavais é uma terra de viciados em dor. Ambulatórios estariam ainda mais cheios se tivessem inventado um tratamento para a epidemia de dor.
Os nossos grandes artistas, o que seria deles sem este vício coletivo? O Roberto sem “Detalhes”, o Chico sem “Atrás da porta” e aquele exagero só pra provar que ainda sou tua. O Vinicius sem o “Soneto de separação”. O Legião sem “Vento no litoral”. O Machado sem o Bentinho remoendo eternamente uma suposta dor de corno em “Dom Casmurro”?
Isso para falar em grandes; se a gente descer um pouco no prestígio dos artistas vamos notar fácil que o povão ama o sofrimento do Amado Batista, as lamentações dos sertanejos [os cantores], o sofrimento da mocinha na novela mexicana.
Tentemos ser felizes só para ser diferentes. Mas tomemos cuidado com a abstinência da dor, saudades de sofrer.
Ser totalmente feliz é uma farsa. Desconfie dos felizes, eles provavelmente sofrem escondido, logo, são falsos. Fique longe deles.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Crônica de agradecimento

resolvi começar por esta pelo seu significado.
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O meu acidente foi algo muito sério, mas existe uma série de coisas pelas quais eu tenho obrigação de agradecer ao Criador.
O fato de eu ter sido prontamente socorrida pelos Bombeiros aqui de Arapiraca
Eu ter na minha casa pessoas como a dona Maria Lúcia, minha mãe.
Ou o senhor Pedro Oliveira, meu pai e os meus amados e atenciosos irmãos:
Marcos, que teve tantos cuidados comigo dentro da Unidade de Emergência.
Maciel, que passou tantos dias emocionado de preocupação com a minha vida.
Max, que sempre teve um carinho especial por mim. E foi o meu grande amigo em casa.
Também sou grata a Deus porque existem na minha vida pessoas como vocês, meus amigos que não deixaram que eu me sentisse só durante a minha recuperação.
Sou grata porque ainda posso escrever.
Sou grata porque uns dois meses antes do acidente eu tinha conhecido o Luis e ele havia entrado na minha vida.
Sou grata por ter o meu trabalho no hospital e saber que em pouco tempo eu poderei voltar a trabalhar.
Sou grata porque Deus tem aberto as portas de uma melhor recuperação, do melhor tratamento para mim.
Sou grata por terem ficado intactas as minhas lembranças de cada um de vocês. O meu maior tesouro, as provas da amizade e do carinho que existe entre cada um de nós. Eu os adoro, não sei se teria conseguido chegar até aqui se eu não os tivesse ai como porto seguro a esperar o meu retorno.
Fiquem todos com Deus e tenham a certeza de que estou sempre torcendo para que vocês sejam felizes. Amo muito vocês. Ainda terei a oportunidade de lhes dar, em cada um, um forte abraço. Sinto saudades de lhes encontrar por ai. Sair com vocês e ouvir suas vozes. Sinto saudades de conversar com vocês com aquela paz e aquela franqueza que há entre bons amigos. De fazer lanches com vocês e de lhes ver com mais freqüência.
Aos amigos da UNEAL. Aos amigos da UE. AOS AMIGOS DA MINHA FAMÍLIA, PRIMOS E PRIMAS.
Saudades, um grande beijo, tudo de bom, realizações mil, paz e amor, que não lhes falte nada.
Que Deus os abençoe muito.
Apareçam. Não me deixem sentir mais falta da minha vida do que sinto.