Dezenove de Maio de 2006, uma Sexta feira, no fim do expediente no trabalho escrevi este texto e enviei pra uma página que eu mantinha no MSN o MySpace.
Reencontrei-o por acaso lendo esta página e resolvi que deveria publicar no meu blog de crônicas, por isto o estou mandando a vocês. O tema tem tudo haver com o meu estado de espírito atual. Talvez vocês compreendam o porquê. E eu espero que mais uma vez me perdoem a aridez das palavras.
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Momento de Tontura
Num momento de silêncio que nem era tanto silêncio pois, eu bem podia ouvir o som intermitente dos estabilizadores e aparelhos de ar-condicionado, parei zonza, enjoada de qualquer coisa que eu não comi, suspirando sonolenta e sentindo cheiro de café nas pontas dos meus dedos. Cheiro de café que também não tomei. Não quis música para cortar o barulho do silêncio da sala vazia, não quis sair para o corredor porque naquele instante eu o percebia mais longo do que o que realmente é. Não havia mais páginas a visitar, e-mails para ler, palavras para dizer a mim mesma.
Nesse instante ruidoso e quase eterno de tão longo eu pensei: Não escrevo mais.
– E por que não escrevo mais?
– Sabe-se lá?
Há muitos dias eu venho tentando sem sucesso começar a me contar uma nova história e em algum lugar na minha mente ela já está quase toda formada, mas simplesmente não posso começar. Algo de uma infelicidade burra me impede.
Então ainda me sentindo mal, com uma tontura de criança brincando de corrupio fiquei vendo os móveis bailarem pela sala, movendo-se diante dos meus olhos, provocando-me. Não tive intenção de me mexer nem mesmo para respirar. Estava cansada de uma noite que foi tão bem dormida que chega a ser desaforo.
Mas por que mesmo, eu não escrevo mais?
Foi aí que comecei a bater coordenadamente os dedos cheirando a café, nas letras sobre o teclado e me foi surgindo assim este texto amargo, desalinhado…
…E sem final …
terça-feira, 23 de agosto de 2011
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