quinta-feira, 8 de outubro de 2020

O Que Aconteceu com a Música Popular Brasileira?

 

É difícil definir ao certo quando e com quem começou, mas a música popular brasileira virou um chororô sem fim, cadê as músicas falando dessa nossa felicidade tropical? Falando do que realmente é o Amor? Um sentimento capaz de fazer o mundo melhor, mais certo e cor de rosa para quem o sente...

Em vez disso os compositores têm se esmerado em reclamar de traições e corações partidos, e também em mergulhar em doses generosas de bebida alcoólica, dizendo ser culpa do Amor.

Cadê as belezas de gostar de alguém e ser por esse alguém amado?

Cadê a alegria de voltar para casa e encontrar o seu par a lhe esperar?

Cadê a doçura dos primeiros dias de paquera?

Cadê o encanto pela pessoa amada? Por que estes temas sumiram das canções que tocam nas rádios do Brasil a fora?

Onde estão os Tropicalismos?  Os Clubes das Esquinas?

Onde andam os novos e velhos baianos?

Pra quê tanta “sofrência”? Essa palavra em si já é uma aberração.

Compositores apaixonem-se ao menos uma vez antes de colocarem as canetas num papel.

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A Culpa Não ´´E Da TV



Nos dias de hoje todos querem ter voz, todos têm opinião e se discute ideias sem o menor receio e é justamente por isto que vou opinar sobre um tema que deve ser um dos mais polêmicos da atualidade.
Até que ponto a televisão influencia positiva ou negativamente em nossas vidas?

Ora, graças às recentes discussões acerca da chamada ideologia de Gênero é comum ouvir de algumas parcelas da sociedade que um canal de televisão está destruindo a família brasileira. O que penso? É o seguinte: As famílias todas devem ter um chefe. O chefe de família é o pai, a mãe...
Se existe a figura do chefe de família, sabe qual é uma das funções dele?  Determinar, autorizar ou não que os demais membros da família façam ou não certa coisa. Bom, a maioria dos canais de TV apresenta antes do início de qualquer programa uma classificação etária do conteúdo que será exibido. Então se antes da novela aparece na classificação que aquele programa é desaconselhado para menores de 14 anos por que o chefe de família vai deixar que suas crianças de oito, nove ou dez o assistam? O que eu pretendo dizer com esta questão é:  O canal de TV está advertindo pra não deixar suas crianças ver tal programa. Se os seus filhos assistem conteúdo que pode “destruir” a família a culpa não é do canal de TV me sim dos chefes de família que permitem que suas crianças consumam conteúdo permissivo.
A responsabilidade é sim sua, não da TV. Essa é a verdade. Coloque seus filhos menores na cama e desliugue a TV se quer protegê-lo. Mas é mais fácil colocar a culpa em alguém não é?

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Crônica em Verde-e-Amarelo

Crônica Será que Alguém Lembra
Ou Crônica em Verde e Amarelo

Mulher, você vai gostar:
Tô levando uns amigos pra conversar.
Eles vão com uma fome
Que nem me contem;
Eles vão com uma sede de anteontem.
Salta a cerveja estupidamente
Gelada pr'um batalhão
E vamos botar água no feijão.

Mulher, não vá se afobar;
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar.
Ponha os pratos no chão e o chão tá posto
E prepare as linguiças pro tiragosto.
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão.
Mulher, você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar:
Arroz branco, farofa e a malagueta;
A laranja-bahia ou da seleta.
Joga o paio, carne seca,
Toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão.

Mulher, depois de salgar
Faça um bom refogado,
Que é pra engrossar.
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira.
Diz que tá dura, pendura
A fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão.”
FEIJOADA COMPLETA Chico Buarque (1978)

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Será que algum de vocês ainda lembra como costuma ser um Ano De Copa Do mundo na cidade?
Pois se não me falha a memória acho que em Ano De Copa Do Mundo desde o Carnaval as referências ao Verde-e-Amarelo já estão aparecendo na cor dos Abadás, dos Blocos Carnavalescos, nas cores em que se enfeitam as ruas, as lojas, nas fantasias...
O que foi que aconteceu este ano? Que apesar de ser um Ano De Copa Do Mundo eu não vejo nada disso por aí.
Nem meus amigos têm tentado se reunir para marcar o local aonde assistiremos juntos, aos jogos da nossa seleção...
Ninguém se predispôs a sediar um encontro desses em casa. E por falar em sediar, não é no Brasil mesmo, este ano a Copa Do mundo?
A Festa, a animação deveria ser muito maior; mas não, o que eu vejo diariamente são notícias na televisão de Protestos.
E, pasmem, PROTESTOS CONTRA A COPA DO MUNDO!
A nossa Copa Do Mundo!
O que foi que aconteceu com o nosso espírito de Torcedores entusiasmados?
Para onde foi o nosso Orgulho em Verde-e-Amarelo?
Onde?
Em qual lata de lixo jogaram nossas camisas amarelas e bandeirinhas coloridas?
O que aconteceu, Povo Brasileiro, com aquela animação que nos fazia esquecer os problemas do cotidiano?
Que diminuía as diferenças sociais, culturais e racistas que nos fazia a todos um só povo, uma massa homogênea de Torcedores felizes e animados pela mesma crença de que no fim das contas seríamos todos vencedores de uma competição contra nações do mundo inteiro...?
Alguém tem a resposta?
Não que eu esteja cega e não esteja vendo nossos problemas sociais, mas, espere aí, problemas sempre existiram e isto nunca apagou a coragem de vestir a camisa, erguer a bandeira, cantar o hino, e gritar a cada gol?
O que foi que aconteceu com a Copa Do Mundo do Brasil?
Amigas e Amigos Brasileiros que tiverem a resposta compartilhem conosco.
Para que não assistamos aos jogos pasmos sem entender a falta do grito de alegria a cada Gol.
PS.:      E Eu ainda não sei com quem e aonde eu assistirei aos Jogos da Seleção este ano.
Aguardo Convites, mas me convidem se quiserem realmente fazer Festa e torcer.

Ou será que só sou eu que estou estranhando esta Copa Do Mundo?
Mais alguém pensa como eu?

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Crônica Sobrevivente

Sobrevivente

“Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída...
Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes
No peito atingido...
Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você...
Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdoa
Mas não esquece à toa
E eu não me esqueci...”

(Trecho : FERA FERIDA - Composição: Roberto Carlos)
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Tenho ido a uma ou outra reunião social por conta das festividades de fim de ano e muitas vezes algumas pessoas, ao se referir a mim, dizem:

 “Esta menina é um exemplo de superação para todos nós.”

Sempre fico um tanto constrangida ao ouvir esta afirmação.
Não sou um exemplo de superação, sou meramente uma sobrevivente,
Como são sobreviventes todos os que enfrentam o trânsito e escapam de encontrar alguém embriagado ou fazendo uma ultrapassagem em local proibido,
Como são sobreviventes todos os que trabalham de sol a sol para produzir no campo o alimento que todos nós consumimos e encontramos fresquinho nas feiras e mercados.
Sobrevivente como os professores que vão para as salas de aula instruir alunos que estão envolvidos com drogas, violência e outros problemas sociais de toda natureza.
Sobrevivente como as crianças que crescem se alimentando mal por falta de recurso de suas famílias para comprar alimentos nutritivos e saudáveis para que elas cresçam com saúde e se desenvolvam totalmente apesar das doenças, da falta de assistência médica adequada.
Sobrevivente como um jovem negro, filho de pais analfabetos que só estudou em escolas públicas e ainda assim entrou em uma Universidade federal e se formou com louvor na profissão que sempre sonhou ter.

Se tive êxito após o meu acidente, e sobrevivi, e consegui superar algumas dificuldades iniciais como a cadeira de rodas, meu mérito é muito pouco em relação ao trabalho realizado pela minha família e os profissionais de saúde que cuidaram de mim. Eles é que são os merecedores de todo crédito.
E, é claro, a força maior que veio de alguém muito Maior e mais importante do que todos nós, sim falo do Criador, o pai amoroso que me concedeu a graça de ter comigo esta família e estes profissionais trabalhando comigo, por mim e para mim.
Não teria conseguido nada sem esta força, porque sem ela não haveria a família que me foi dada, nem os profissionais de saúde certos no lugar e hora certos para me ajudar.
Talvez o meu pequeno mérito seja apenas o de acreditar que podia acontecer que podia dar certo, que eu não devia desistir de jeito nenhum de tentar melhorar.
Que ficar me lamentando ou parar de buscar soluções seria pior.
Ou talvez, o meu mérito seja de achar que eu não tenho idade para desistir, que na minha idade a vida só está começando agora, mesmo que seja de uma maneira menos fácil do que é para a maioria das mulheres da minha idade. Mas é esta a vida que eu tenho, e é assim que eu devo aproveitá-la, é claro que eu sonhava com muito mais, com dias melhores, com mais felicidade e menos dificuldade, mas como ganhei mais uns dias de vida. Posso começar um pouquinho mais tarde do que todo mundo.
Bom encerro por aqui, estou com as óbvias saudades de tudo e de todos, meu endereço mudou, mas não sou difícil de encontrar para quem quer me achar.
Apareçam, no telefone, nas redes sociais pela internet, na minha casa na Baixa Grande em Arapiraca ou na Unidade de Emergência.
Estarei sempre esperando por cada amigo que resolver aparecer.

Mônica Oliveira da Silva, a sobrevivente.


Não o exemplo do que quer que seja.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Há muito tempo, havia na Grécia antiga uma moeda chamada Talento.
Um dia como está descrito nos livros da Bíblia Lucas e Mateus, Jesus contou mais uma de suas Parábolas em que citava esta moeda. O trecho logo abaixo foi extraído do livro de Mateus

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora de sua terra, chamou seus servos, e entregou-lhes os seus bens;
E a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um conforme a sua capacidade, e assim ausentou-se partindo para longe.
E, tendo ele partido, o que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco talentos.
Da mesma sorte, o que recebera dois, conseguiu também outros dois;
Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro de seu patrão.
Muito tempo depois voltou o senhor daqueles servos, e fez as contas com eles.
Então se aproximou o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe os outros cinco talentos que conseguira com seus negócios, dizendo: senhor, entregaste-me cinco talentos com os quais negociei e consegui outros cinco
E o seu senhor lhe disse: Bem está servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra e comemora com teu senhor.
E, chegando o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor entregaste-me dois talentos; aqui estão mais dois que ganhei negociando com eles.
Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra e festeja com teu senhor.
Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, sei que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, temeroso, escondi na terra o meu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu patrão, disse-lhe: Mau e negligente servo sabes que colho onde não semeei e ajunto onde não espalhei;
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe, pois o talento e deem-o ao que tem os dez talentos.
Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem lhe será tirado.
“Joguem este servo preguiçoso nas trevas exteriores onde haverá sofrimento.”
(Mt 25, 14-30)

Em uma primeira leitura superficial desta parábola ficaríamos confusos, poderíamos supor que o Mestre estava nos mostrando um Senhor capitalista, severo e injusto, mas reflitamos mais sobre o texto:
A palavra Talento com o passar dos anos tendo sido incorporada à Língua portuguesa com o sentido de Dom, aptidão Natural que cada um possui, se ajusta perfeitamente ao raciocínio a que chegamos sobre a parábola dos Talentos.
É claro que cada pessoa possui o seu talento, quem tem talento para cozinhar, pode fazer melhores comidas do que quem não tem, então deve usar este talento da melhor maneira possível para colaborar com a alimentação dos demais.
A vida de todos poderia melhorar se fosse regra cada um usar seus talentos para fazer o melhor. Deus nos deu cada Dom que temos por uma razão, esta razão, devemos compreender que é para melhorar o mundo para todos. Um médico com talento pra medicina pode dar melhor assistência do que um sem. O bom professor é o que tem talento para ensinar. Imaginem se Lennon não tivesse usado seu talento para compor “Imagine”, e outras belíssimas canções, se ele jamais tivesse se juntado aos amigos em Liverpool para formar os Beatles, o mundo teria perdido a poesia e a beleza da música deles. Imaginem, se Santos Dumont não tivesse usado seu talento e inventado o 14 Bis, ainda estaríamos levando semanas para cruzar oceanos, continentes e países. Se, da mesma forma, Tomas Edson, não houvesse usado seu talento para criar a lâmpada elétrica. Deus nos dá um talento por uma razão. Use o seu. Eu espero não desperdiçar o que ele me deu, espero fazer a minha parte, colaborar com o que é da minha responsabilidade. Se todos nós assim fizermos. Nosso talento é a tarefa que temos para cumprir. Se cada um fizer a sua parte o mundo amanhã poderá ser melhor do que o de hoje. Colocar as mãos na massa é a única coisa que nos será cobrado quando chegar a hora de a vida trazer a conta.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pequena Crônica Desertos

Só eu sei
Os desertos que atravessei
Só eu sei, só eu sei
Sabe lá, o que é morrer de sede
Em frente ao mar
Sabe lá, sabe lá
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei
As esquinas porque passei
Só eu sei, só eu sei
E quem será na correnteza do amor
Que vai saber se guiar
A nave em breve ao vento vaga
De leve e traz toda a paz
Que um dia o desejo levou
Só eu sei, as esquinas porque passei
“trecho de Esquinas (composição: Djavan)


Pequena Crônica Desertos

Tentando voltar a levar a vida normalmente, num processo que inclui, entre outras coisas, me readaptar ao trabalho, pois além das muitas mudanças que significam estar de volta em um ambiente em que sempre me senti segura e realizada sem, no entanto, ter a mesma desenvoltura de antes, aconteceu de eu ter sido mudada de setor de trabalho o que significa aprender a desenvolver uma nova tarefa longe dos antigos colegas.  
E Além do trabalho, a inevitável dependência para realizar qualquer projeto ou mera vontade de ir e vir.
Não, não tem sido nada fácil e nem eu esperava que fosse. Só que às vezes tento entender como isto foi me acontecer. Avida sempre foi tão branda comigo e de repente ela parece me tomar numa atitude ressentida por eu ter sido sempre tão feliz. Como se eu devesse me sentir culpada porque a vida era boa comigo. Não, não sinto culpa, sinto saudades; chego a implorar para que ela me redima finalmente e me traga de volta à minha realidade de pessoa tranquila, livre e feliz e ela faz que não me ouve, então o tempo se arrasta de um jeito quase insuportável.
 É bom estar viva sim, é bom poder estar aqui mesmo sendo tão difícil carregar o indubitável peso de ter sido feliz um dia.
Eu sei, eu sei, o texto me saiu amargo, agora que fiz uma releitura foi impossível não perceber, eu não tenho intenção alguma de fazer isto, não quero que sintam qualquer tristeza por mim, que tenham remorsos ou pena, não quero contagiá-los com sentimentos tão ásperos, é que não pude evitar fazê-lo, quem me conhece de perto sabe de uma máxima que sempre repeti para mim:

“Sou uma Oliveira, e como tal a natureza me dotou de todas as armas necessárias para resolver qualquer contratempo”.  Inclusive este cansaço, este desânimo, estas saudades imensas; e continuo na batalha.

Estejam comigo, perto de mim quando puderem, eu os amo muito e sempre ficarei cada vez melhor quando puder contar com a presença, o abraço, a voz de cada um de vocês.

De uma saudosa amiga:
Mônica Oliveira